Merendeiras participam de palestra sobre obesidade infantil e diabetes tipo 2
O cuidado com a alimentação escolar e a qualidade do que é servido aos quase 41 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino fazem de Vitória referência no assunto. A Coordenação de Alimentação e Nutrição Escolar (Cane) entende que, além de fornecer o alimento para a rede, a comida que é ofertada e como é ofertada também ensina e tem um viés pedagógico.
“O foco da alimentação escolar é garantir o direito à alimentação com base nas resoluções e legislações que norteiam a alimentação. Além disso, para o ano de 2023, pretendemos focar em ações de educação alimentar e nutricional nas unidades de ensino e também contando com o apoio do Programa de Saúde na Escola no que diz respeito ao tema da obesidade infantil e diabetes na escola. Este tema será em parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Já começamos esse movimento abordando o assunto no treinamento de merendeiras”, destacou a coordenadora de Alimentação e Nutrição Escolar, Mariana Zouain.
Atualmente, a rede de Vitória tem 420 profissionais responsáveis pelo armazenamento dos alimentos e a produção do que é servido de segunda a sexta-feira para as crianças e estudantes da rede.
As merendeiras são profissionais terceirizados e são agentes fundamentais em todo o processo da alimentação escolar. O sabor, o aspecto visual e a textura dependem da forma como o alimento é preparado e interferem na aceitação dos estudantes.
Por isso, em Vitória, as merendeiras são frequentemente capacitadas pela empresa terceirizada em conjunto com a equipe da Coordenação de Alimentação e Nutrição Escolar para que a alimentação das crianças e estudantes seja de qualidade.
Em três dias de formação, antes do início das aulas, as merendeiras tiveram palestras com a médica endocrinologista, Juliana de Paula Peixoto, que é presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes – Regional Espírito Santo.
Atenção à obesidade e ao diabetes
Segundo ela, a incidência de diabetes tipo 2 triplicou nos últimos 30 anos, afetando inclusive crianças e adolescentes. O diabetes pode ser caracterizado como do tipo 1 e tem sua causa ligada à doença autoimune, e, do tipo 2, que tem como apontamento a obesidade como um dos principais fatores de risco.
“As merendeiras são essenciais neste processo, pois exercem a missão de cuidar da alimentação de quem está na escola. Estamos incentivando assim a prática de um estilo de vida mais saudável em todo o ambiente escolar”, destacou.
A médica explicou ainda que a obesidade, fruto do sedentarismo e de uma alimentação inadequada, favorece a resistência insulínica e, com isso, o pâncreas não consegue desempenhar adequadamente o seu papel no controle da glicose, surgindo o diabetes tipo 2.
“Precisamos aumentar a conscientização quanto à importância de uma alimentação adequada na promoção de saúde e prevenção de doenças crônicas, como a obesidade, o diabetes, a dislipidemia e a hipertensão arterial”, reforçou.
Alimentação adequada
O acesso à alimentação escolar de boa qualidade é um direito constitucional e uma das prioridades de Vitória. Os alimentos oferecidos nas escolas compõem cardápios balanceados e superam a média de necessidades nutricionais recomendada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
“Entendemos que o ambiente escolar é um local de aprendizagens. Vamos trabalhar, ao longo do ano, para potencializar a informação aos estudantes para que compreendam a importância de ter uma alimentação saudável, considerando que o número de obesidade infantil tem aumentado”, pontuou Mariana Zouain, coordenadora da Cane.
Ela ressaltou ainda que os cardápios ofertados no município de Vitória atendem às especificações da resolução 06/2020, que instruem o quantitativo diário de calorias e nutrientes. Na Prefeitura de Vitória os cardápios até 3 anos são isentos de açúcar de adição, “o que é ao mesmo tempo um desafio e uma conquista”, reforçou.
Fonte: PMV
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