Estudantes publicam livro repleto de contos de suspense
Centro da cidade, prédios históricos, lugares frequentados por gerações de famílias. A imaginação é um terreno fértil, pode pegar essas informações e transformá-las no que quiser. Os estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) São Vicente de Paulo transformaram em literatura, mais precisamente em contos de suspense.
E o resultado é a criação do livro “Contos Vicentinos: o lugar onde vivo”, lançado no auditório da unidade de ensino, nesta terça-feira (26), com a presença de toda a comunidade escolar, incluindo os familiares dos estudantes escritores, e com direito a autógrafos.
“O projeto foi fundamental para ampliar o conhecimento histórico tanto da escola, como também do Centro de Vitória para os estudantes. A partir daí, eles soltaram a imaginação na produção dos contos e o resultado foi surpreendente!”, disse o diretor da Emef São Vicente de Paulo, Cristiano Portilho Carneiro.
O livro é composto de 28 contos de suspense escritos por estudantes do 9º ano A matutino da escola municipal. Os textos foram produzidos em sala de aula, mas, antes, os estudantes tiveram algumas experiências para ajudá-los a soltar a imaginação e também para aprender os meandros da escrita. Eles fizeram um passeio pelo centro histórico de Vitória, além de leitura, escrita, análise e discussão de contos.
Os 110 anos da escola, celebrados em julho, serviram de pano de fundo para o início dessa aventura pelo universo da escrita literária, conforme conta a professora e orientadora do projeto, Patrícia Seibert. “A escola fez 110 anos, e, dialogando sobre esses 110 anos, começaram a surgir falas, histórias que passam de pai para filho. Então percebe-se que há essa comunicação entre as famílias de histórias fantasiosas acerca da escola. Daí nós pensamos: por que não trabalhamos o gênero textual contos de suspense?”, contextualizou a professora.
“Nós fizemos uma visita pedagógica pelo centro histórico. Não ficamos apenas no Colégio do Carmo, que é o espaço físico onde o São Vicente hoje ocupa. Fizemos uma visita por todos os espaços culturais e históricos do centro para eles terem noção da questão do tempo, das fontes históricas, da valorização do lugar. O título do projeto é o lugar onde eu vivo. É o espaço que você ocupa. Antes de falar de outro lugar, precisamos saber o lugar que ocupamos. Por isso que falamos da escola. Olha a importância dessa escola! Não é qualquer escola que tem 110 anos. Ela perpassa por vários acontecimentos da história”, destacou a professora e orientadora do projeto.
O estudante Samuel Ribeiro Almeida, 15 anos, conta que foi muito bom fazer a visita ao centro histórico da cidade e poder conhecer melhor a cultura local para unir tudo numa ficção. “Meu conto fala sobre um homem que encontra um advogado do governo que estava aprovando medidas sem o povo saber. O homem fica indignado com o advogado do governo, mas acaba sendo calado e censurado por ele. Tenho lido muito sobre política ultimamente, então uni esse conhecimento com o que aprendemos nas aulas. “, pincela Samuel, que se surpreendeu pelos trabalhos feitos em sala de aula ter virado um livro.
Surpresa
Segundo a professora Patrícia, o principal objetivo desse trabalho é estimular a criatividade, o envolvimento com a escola e com a cidade e a expressão escrita dos jovens estudantes, ao mesmo tempo em que promove uma reflexão sobre a identidade e a história local. “A maior surpresa que eu tive no processo de produção dos textos foi ter me deparado com estudantes que se encontraram como escritores. O livro destaca as perspectivas e experiências únicas dos estudantes em relação à história do São Vicente e à cidade de Vitória, explorando suas belezas naturais, patrimônio histórico, cultura local e as histórias pessoais que permeiam suas vidas”, destacou.
Para a professora, a publicação do livro proporciona um sentimento de orgulho e realização para os alunos, permitindo que eles compartilhem suas vozes e perspectivas com a comunidade local, além de contribuir para a valorização da cultura e da identidade capixaba ao registrar as experiências vividas pelos jovens em sua cidade.
Apoio
A produção do livro contou com o apoio de quatro estudantes de licenciatura em Letras – Português contemplados com bolsa no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibidi) pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Os estudantes, com a supervisão da professora Patrícia Seibert, ajudaram a desenvolver o projeto. A Louize da Silva Lima conta que participar do Pibidi na Emef São Vicente de Paulo proporcionou a ela uma experiência que ela nunca imaginou viver.
“Quando me candidatei no Pibid, não tinha experiência nenhuma com a sala de aula, aliás, eu ainda estava aprendendo, como aluna do 2º período de licenciatura em Letras. A orientação da Patrícia foi crucial para mim e os meus amigos, também Pibidianos, que também embarcaram nessa jornada. Era para ser apenas um planejamento de aula, em que iríamos lecionar o gênero textual conto. A Patrícia foi responsável por por nos mostrar a força do Centro, e como havia a necessidade de passar isso para os nossos alunos. Viveria tudo novamente. Sei que ficará marcado em nossas carreiras, como futuros professores, e especialmente, em nossos corações”, disse a estudante acadêmica.
A escola
A Emef São Vicente de Paulo foi fundada pelos irmãos Aristóbulo, Kosciuszko e Miguel Barbosa Leão em 1913, como Ginásio São Vicente de Paulo. Em 26 de julho de 1971, todo o acervo do estabelecimento de ensino, correspondência e objetos pessoais foram doados pelo professor Aristóbulo Barbosa Leão à Prefeitura de Vitória, tornando-se Escola Municipal de Ensino Fundamental São Vicente de Paulo. A escola ocupou por 93 anos a casa do governador Muniz Freire e foi transferida para o antigo Colégio do Carmo, onde se encontra até a presente data.
Após dezesseis anos de promessas e sem obras, as comunidades do Centro de Vitória, Parque Moscoso, Santa Clara e morro do Moscoso estão acompanhando o desenvolvimento diário das obras da nova sede da Emef São Vicente de Paulo, que está sendo construída na Rua Loren Reno, no bairro Moscoso, no terreno onde anteriormente funcionava o Colégio Americano Batista. As obras serão concluídas no final de 2023, com investimento de R$ 17.490.000,00.
A Emef atenderá um total de 750 estudantes, divididos em dois turnos: matutino e vespertino, o que significa um aumento de 36% na capacidade de matrícula da unidade de ensino. Atualmente, são 550 estudantes matriculados.
A nova sede terá todas as salas climatizadas, reutilização de água das chuvas, uso de lâmpadas de LED, sistema de energia solar, utilização de torneiras de pressão com arejadores, bem como redutores de vazão para economia de água.
Fonte: Prefeitura de Vitória.
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