Colóquio sobre Alfabetização de Surdos em Vitória Promovido pela Educação em Busca da Inclusão
O Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência e, mesmo nesse contexto, ainda é necessário falar sobre o respeito às diferenças. O mês de setembro é um período propício para tratar desse assunto. O Setembro Verde é uma iniciativa que visa reforçar a importância da acessibilidade e da inclusão das pessoas com deficiência. O mês foi escolhido por reunir datas como o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, no dia 21, Dia Internacional da Língua de Sinais, no dia 23, e Dia Nacional do Surdo, dia 26, além do Dia Internacional do Surdo e do Dia Internacional do Profissional Tradutor Intérprete, em 30 de setembro.
O mês é considerado significativo especialmente para a comunidade surda, devido à Lei n° 11. 796/2008, que estabelece o Dia Nacional dos Surdos. Por isso, a Secretaria Municipal de Educação, por meio da Coordenação de Educação Especial, realizará o II Colóquio Bilíngue com o tema “Processos de alfabetização das crianças e dos estudantes surdos da Rede Municipal de Vitória”. O evento será no dia 22 de setembro e acontecerá no auditório Angélica Lírio Copertino, na sede da Secretaria Municipal de Educação -Rua Dr. Alindo Sodré, nº 512, em Itararé.
A subsecretária de Gestão Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Vitória, Luana Lemos, destaca que o Colóquio Bilíngue é importante principalmente para compartilhar as ações que os profissionais da área da surdez estão realizando na rede municipal de ensino da capital, para trocar conhecimentos e fortalecer o processo formativo desses profissionais.
“O Dia Nacional do Surdo reconhece a importância da língua de sinais para a promoção da autonomia das pessoas surdas, e um evento como o Colóquio Bilíngue representa a oportunidade de apoiarmos e protegermos a identidade linguística de nossas crianças e estudantes surdos. Temos o compromisso de alfabetizar e garantir a aprendizagem de todas as nossas crianças e estudantes, não deixando ninguém para trás, e isso se aplica também a esse público específico”, comenta a subsecretária.
O colóquio vai abordar a alfabetização de surdos em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e também em Português, na modalidade escrita. O evento destina-se aos profissionais da educação de Vitória: professores e gestores das unidades de ensino e, em especial, profissionais das equipes bilíngues. Na avaliação da coordenadora da Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação, Carla Gagno, ainda há muito trabalho a ser feito no que tange a educação de surdos.
“Muitos ainda não compreendem a especificidade linguística e a forma de ser e de viver desse sujeito. O Colóquio é uma ação que tem como objetivo levar seus participantes a problematizarem e refletirem sobre o processo de alfabetização de nossos estudantes surdos. Entendemos que é necessário organizar, sempre que possível, encontros, formações, acompanhamentos pedagógicos, para que nossos estudantes surdos consigam ser alfabetizados e tenham condições de competir em igualdade com um não surdo”, analisa a coordenadora.
Contexto local
Na rede de ensino de Vitória, existem 2.528 crianças (Educação Infantil) e estudantes (Ensino Fundamental) com alguma deficiência. Desses, 46 são crianças ou estudantes surdos. A capital conta com 30 professores que dominam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e estão envolvidos na educação das crianças e estudantes surdos. Desse total, 18 são professores ouvintes, mas que dominam a Língua Brasileira de Sinais (Libras), e 12 são professores surdos que também são proficientes em Libras. Os professores bilíngues ensinam a Língua Portuguesa utilizando a Libras, já os professores surdos ensinam Libras para os alunos surdos.
Vitória conta tanto com unidades de ensino referência no atendimento a crianças e estudantes surdos, quanto com outras unidades de ensino que oferecem matrícula para esse público. As unidades referência são: os Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) Carlos Alberto Martinelli de Souza, Ana Maria Chaves Colares e Darcy Vargas; e as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) Alvimar Silva, Aristóbulo Barbosa Leão, Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo, Juscelino Kubitschek de Oliveira, Ceciliano Albel de Almeida e Suzet Cuendet. Nas Emefs Mauro Braga e São Vicente de Paulo, os estudantes contam com uma professora bilíngue para aulas do currículo comum, como Português, Matemática, História e outras matérias.
Nos Cmeis, as crianças aprendem Libras nas diferentes interações na escola. Já nas Emefs, os estudantes aprendem Libras não só nas disciplinas do currículo comum, mas também nas práticas experimentais em Libras.
Programação do II Colóquio Bilíngue
7h30 às 11h30:
– Apresentação de Coral em Libras: Davi Queiroz Oliveira e Jéssica Correa Augusto (Emef Ceciliano Abel de Almeida)
– A alfabetização de pessoas surdas na América Latina: diálogo com pesquisas brasileiras: Professora Doutora Eliane Telles de Bruim Vieira (Seme/PMV) e Professora Doutora Tamille Correia de Miranda Milanezi (Seme/PMV)
– Relato de Experiência: Literatura e produção de textos no Atendimento Educacional Especializado: Professor Especialista Davi Queiroz de Oliveira (Seme/PMV) e Professora Jéssica Correa Augusto (Seme/PMV)
– Alfabetização de Surdos: Professora Doutora Ednalva Gutierrez Rodrigues (Ufes)
13h30 às 17h30
– Apresentação de Coral em Libras: José Nildo dos Santos Nobre, Lúcia Candida Rizzo de Oliveira e Cláudia Vieira (Emef Ceciliano Abel de Almeida)
– A Criança Surda no contexto da Educação Infantil: Professora Doutora Keila Cardoso
Teixeira (Ufes)
– Relato de Experiência – Usos da literatura infantojuvenil nas aulas de Práticas Experimentais em Libras e no Atendimento Educacional Especializado: Lucineia Silva Chultes Marchese, Eunice Correia Souza da Silva e Cristiane Milanezi Oliveira (Emef Suzet Cuendet)
– Práticas pedagógicas no processo de Alfabetização de Surdos: Professora Especialista Luana dos Reis Guss Barros (Sedu)
– Encerramento: Coral em Libras da EJA (Professora Elizangela Maria Godio Bertoli e Thamyres Christina Lima dos Santos (Emef Suzet Cuendet)
Fonte: Prefeitura de Vitória.