Crianças e Adolescentes vivem a emoção e alegria de ir ao cinema pela primeira vez
O Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para crianças e adolescentes Jaburu, equipamento da Secretaria de Assistência Social (Semas) de Vitória, deu uma “aula” do que é estabelecer vínculos e criar conexões fortes nas famílias e com a comunidade. Numa grande articulação com a rede socioassistencial, a equipe proporcionou uma manhã diferente para 86 crianças e adolescentes inseridas no serviço. O grupo foi para uma sessão de cinema e, isso para muitas, representou a primeira vez numa sala de projeção.
A magia e a emoção de assistir a um filme numa tela grande, em cadeiras acomodadas, emocionou algumas crianças e adolescentes do SCFV Jaburu. Dava para perceber nos olhares, daqueles que estavam ali pela primeira vez, o encantamento expresso, também, na correria para sentar no “melhor lugar” e até mesmo na busca pela “segurança” da companhia dos melhores amigos, ou mesmo de estarem sentados ao lado dos educadores sociais do serviço.
Uma delas foi Dyaneik Nascimento Souza Vieira, de 7 anos. Ela contou que quando falaram que todas as crianças do SCFV iriam ao cinema, ela chegou a não acreditar. “Achei que era mentira. Quando recebi o bilhete, gritei: É, verdade. É, verdade”, falou ela.
Na chegada ao cine Jardins, em Jardim da Penha, para a sessão do filme Super Mário Bros – O Filme, baseado na série de vídeo games, Super Mario Bros, da Nintendo, Dyaneik não conseguiu esconder seu encantamento e fazer suas considerações. Ela revelou que imaginava o espaço daquele jeito que encontrou, mas muito maior e com mais cadeiras. Mas, apesar disso, ela disse que estava emocionada, feliz por estar ali.
“Acho que nunca me levaram, porque é muito caro. Meus irmãos (dois mais velhos que ela) já tinham ido uma vez”, falou Dyaneik. Enquanto conversávamos, apareceu o irmão Rhyarley, de 13 anos, e fez questão de dizer: “Esta é a minha segunda vez, tia”, falou, com expressão de orgulho de que já conhecia um cinema.
Para João Gabriel, essa também foi a primeira vez numa sala de projeção e, para não perder a oportunidade, ele disse que acordou às 6h30 e ficou pronto rapidinho. A sessão do filme estava programada para as 9 horas, e a distância do bairro Jaburu até Jardim da Penha são apenas 3,7 quilômetros, que podem ser percorridos em sete minutos de carro. Após a sessão, João Gabriel disse: “é muito legal. Estou muito feliz mesmo. Tudo é muito bonito”.
A ansiedade também acompanhou Fabiano de Jesus até a chegada para a primeira sessão numa sala de cinema. Ele, que é uma pessoa com deficiência com limitações na fala, era só sorriso na hora de expressar sua felicidade de estar ali de frente para a telona. “Ele disse que acordava cedo todo dia. Todo dia chegava no SCFV e perguntava: é hoje. É hoje”, contou a educadora social que o acompanhava durante a sessão de cinema.
Para a coordenadora do Centro de Convivência para crianças e adolescentes do Jaburu, Ana Carla Martins, poder ofertar atividades que possibilitem às crianças e adolescentes atendidas no serviço acesso a novos ambientes é muito gratificante.
“A atividade fez parte do planejamento de ações para falar da importância do brincar. A ida ao cinema é uma forma de apresentar essa arte e contribuir para que eles (crianças e adolescentes) ampliem sua visão de mundo, despertem para novos sonhos e possibilidades”, disse a coordenadora.
A gerente de SCFV da Semas, Cristina Silva, falou que proporcionar atividades como essa às crianças e aos adolescentes atendidos pelo Centro de Convivência é motivo de grande satisfação para a equipe. “O acesso à cultura também é um direito fundamental para todos. Esperamos, sempre que possível, promover novas oportunidades aos atendidos no Serviço”, explicou.
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, é gratificante saber que o SCFV de Vitória está trazendo novas oportunidades na garantia de acesso a direitos, bem como promovendo ações para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. “Por meio da arte é possível trabalhar perspectivas e fortalecer relações de coletividade e convívio”, disse.
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