Centros de Educação Infantil realizam bloquinhos para socialização das crianças
Interagir com os colegas e com outras turmas, estimular a sociabilidade, a criatividade e o interesse pela cultura da cidade, inserindo de forma lúdica a reflexão sobre temas sociais e históricos. O carnaval, uma das maiores manifestações artísticas de Vitória, saiu do Sambão do Povo e ganhou murais, corredores, salas de aula de unidades de ensino.
Em Goiabeiras, berço da escola de samba Chegou O Que Faltava, o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Jacyntha Ferreira de Souza Simões promoveu, nesta sexta-feira (17), o desfile do “Bloquinho do Jacyntha”, percorrendo a rua da unidade de ensino até a quadra do bairro.
A unidade de ensino organizou uma saída pedagógica com o objetivo de vivenciar manifestações culturais alusivas à cultura capixaba. O carnaval também expressa a identidade cultural de Vitória e do Espírito Santo. Muitas mães e pais também participaram da atividade e se fantasiaram junto das crianças.
“A ação foi pensada pelo coletivo da escola em razão do projeto institucional ‘Cultura capixaba’ e, diante deste tema, elencamos a manifestação cultural do carnaval como a primeira manifestação que as crianças poderiam participar. O universo infantil é imerso em fantasias e o interesse delas pelos diversos personagens que apresentamos ao nos vestir com fantasias durante a acolhida revelou a necessidade de proporcionar esta manifestação”, destacou a pedagoga Marlene Busato.
Brincar com intencionalidade
Pela empolgação da criançada, o bloquinho foi um sucesso! E teve participação de ritmistas da bateria da Chegou O Que Faltava acompanhando a atividade. “Hoje é o dia da fantasia, eu vim de borboleta porque a asa dela pisca. A gente fica fazendo desenhos para colar no mural, são coisas muito legais. E depois tem o desfile, eu gosto muito”, contou Helena Passos, do grupo 6.
Mães que acompanhavam suas crianças elogiaram a programação do Cmei. “Já é o quarto ano dele aqui no Cmei e estou adorando. Esse tipo de atividade sempre é comunicado pra gente. É legal, fazendo com que eles cresçam conhecendo a cultura”, disse Shaiane Ribeiro, mãe de Murilo, do grupo 4.
Para Melian Vieira, mãe dos gêmeos Isaac e André Miguel, que estudam em duas turmas diferentes no Cmei, a manhã foi de alegria por ver o desenvolvimento dos filhos. “Eu acho muito bom, muito importante. Os meus filhos são autistas, são crianças mais isoladas. Esse tipo de atividade ajuda muito. Estou gostando muito do trabalho do Cmei, eles socializam com as outras crianças e é importante para a cultura deles também”, afirmou.
Circo no bairro da Penha
O Cmei Sophia Musengny Loureiro, que fica no bairro da Penha, também programou uma sexta-feira de carnaval para suas crianças. O “Bloquinho do Sophia” desta vez teve como tema o circo, envolvendo ludicidade e alegria. Ao longo da semana, os profissionais da unidade de ensino desenvolveram atividades pedagógicas relacionadas ao universo circense, contemplando as diferentes linguagens da educação infantil e os direitos de aprendizagem das crianças. A proposta foi envolver todas as turmas do Cmei, desde os bebês de 6 meses até o grupo 6.
Para a diretora da unidade de ensino, Clezya Grazziotti, as atividades promovem alegria, interação e aprendizado entre as crianças, com a valorização, o reconhecimento e o conhecimento.
“Além de ser uma manifestação artística e cultural, é um momento de diversão para toda a unidade escolar, sendo importante desenvolver atividades festivas que estimulem a participação e a criatividade das crianças. E por ser uma data que é comemorada no âmbito familiar ou da comunidade, pois temos escolas de samba no entorno de onde a unidade escolar está inserida, vale ser destaque em nossas ações pedagógicas e reconhecer o significado da comemoração”, destacou.
As crianças aprendem de forma lúdica e divertida, além de se encantarem com as brincadeiras e a interação e envolvimento de toda a unidade de ensino. “Eu gostei dos confetes, e também é bom para dançar e eu gosto muito dançar”, disse Isabella da Silva, do grupo 6. Da mesma turma, Ester Guss também estava muito feliz com as atividades: “O carnaval é muito legal! A gente se diverte, brinca e todo mundo dança”. O pequeno João Vitor Pinheiro reforçou o coro com as colegas: “É legal que a gente usa fantasia e dança muitas músicas de carnaval!”
Todas as turmas do Cmei Sophia realizaram atividades pedagógicas abordando músicas circenses, marchinhas carnavalescas, ritmos musicais, o principal personagem do circo (o palhaço), movimentos e acrobacias, brincadeiras circenses, trabalhos artísticos e culturais, explorando as cores, estimulando a coordenação motora, a fantasia, o faz de conta e promovendo a valorização cultural.
“Vejo como um recurso altamente positivo. É muito divertido, favorece a socialização e leva a criança a superar a timidez e se divertir e resgata a cultura popular”, disse a professora Ana Claudia de Jesus.
Vínculo com a comunidade
Campeã do grupo de Acesso A do Carnaval de Vitória, a Pega no Samba inspirou o tradicional bailinho no Cmei Carlos Alberto Martinelli de Souza, em Gurigica, que é realizado desde 2014, quando a unidade de ensino foi aberta à comunidade.
“Pensamos em resgatar e valorizar, de forma lúdica, esse momento, entendendo que tenha significado para as crianças resgatando a cultura carnavalesca. Confeccionamos com as crianças máscaras, adereços e ainda utilizamos os estandartes produzidos em 2022 para decorar os espaços para o baile à fantasia”, contou a diretora Elisamara Chagas.
Ela destacou ainda a importância histórica e cultural, a socialização, o envolvimento com a comunidade escolar, os encontros com os diversos pares, a diversidade que se forma nos encontros, mas, principalmente proporcionar às crianças a brincadeira, o faz de conta, a alegria, a imaginação, a coletividade. “Gosto do carnaval porque a gente pode dançar e usar as fantasias”, afirmou Davi Lorenzo de Jesus, matriculado no grupo 6.
Para a dinamizadora de Educação Física, Fernanda Fernandes da Silva, é importante o Cmei inserir as crianças e funcionários no contexto carnavalesco propiciando alegria a todos. Já a professora Sonimar Vieira ressaltou o resgate da cultura brasileira. “Celebrar a vida e viver a nossa cultura é primordial para as crianças na Educação Infantil”, disse o dinamizador de Música Daniel Coura.
O professor Fábio Pitol, que trabalha com crianças surdas ou com baixa audição, ressaltou que os pequenos surdos também se divertem e são incluídos no ambiente. “Apesar de não ouvir a letra, as palavras, eles sentem a vibração, e com isso e a percepção visual juntos dos amigos, conseguem aproveitar e ter emoção, muita alegria, e interação na participação. É importante, pois conhecemos um pouco de cada cultura”, afirmou.
Fonte : PMV
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